A Planta e a Ressurreição



Na época antiga o homem sobrevivia da caça. Nesses idos havia o culto aos animais abatidos para a sua alimentação. A nação tinha sua fé depositada nessas criaturas.

Com o passar do tempo o homem deixa de lado a caça e começa a sobreviver pelas plantas. Nesse ponto surge a agricultura antiga. O animal abatido passa a ser substituído pela planta cortada que nutri a vida. Diferente dos animais, a planta é podada mas dela renasce novos galhos. Tinha-se uma imagem arcaica da ressurreição.

Cortar a planta, enterrá-la para que outra nasça, eis aqui a primeira idéia forte e simbólica de continuidade da vida. As pessoas eram sepultadas para renascer.

A idéia de quaisquer espécies de plantas é o ponto básico do pilar da vida eterna. Diversos túmulos se utilizam delas nos seus simbolismos. Claro que cada planta tem seu significado mas todas tem como raiz essa idéia ancestral. É a noção do sacrifício, não existe vida sem morte. A finitude terrena é um reflexo de continuidade mística como acontece nas plantas.

Da flora tiramos vários símbolos. A chamada árvore da vida é um dos principais. Jesus Cristo morre em cruz para ser essa árvore. A entrega de sacrifício para florescer a salvação da civilização. É a idéia de desvinculação da matéria para ascensão espiritual. Essa salvação é o fruto que brota nos galhos para as outras pessoas. Joseph Campbell diz “Você morre para sua carne e renasce para o seu espírito”.
 
O famoso ceifador vem desse pensamento sobre plantas. A imagem do ser todo envolto em um capuz (ou mesmo um esqueleto) segurando uma foice. Capuz ou a personificação do esqueleto por si só já representam a morte. A foice é usada para cortar a colheita de cada ano. Isso é um dos símbolos mais puros da finitude. Vem o ceifador e corta-se as plantas antigas para dar lugar as novas. A representação da passagem do tempo e da morte. Mas também se proclama a esperança do renascimento.
 
 
O ceifador é muito raro em cemitérios brasileiros. Existem poucas figuras da ligação de sua foice, mas no exterior é visto alguns exemplares. O uso desta alegoria acabou perdendo sua divulgação em jazigos com o passar do tempo.
 
Ceifador em um antigo mausoléu.
 
Ceifador representado em um jazigo como o Pai Tempo. 
 
Outro ponto desse tipo do simbolismo é o verde. A planta que mantém sua cor original tem o significado que ela vence o tempo(vida eterna). Nesse caso podemos listar o pinheiro de natal, a palmeira e a hera (essas duas últimas amplamente utilizadas em cemitérios pelo mundo).
 
Pranteadora com ramo de palmeira no Cemitério da Santa Casa de Porto Alegre.
 

Sendo assim, as plantas são um dos simbolismos mais antigos da vida eterna. Delas é que tiramos nosso conceito básico de enterros. 

fonte:http://casa-aloys.blogspot.com.br/2009_10_01_archive.html
 

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