Sombras na Noite de São Pedro

A história que vou contar aconteceu nos idos de 1980, numa pequenina cidade do interior do Paraná, chamada São Pedro do Ivaí. Eu fui criada neste lugar e meus avós até hoje moram lá. Naquela época, eu tinha 9 anos de idade e passei um dos maiores sustos de minha vida. Meu avô havia construído uma casa nova ao lado da casa velha em que morava e resolveu alugar a casa velha a uns velhos conhecidos que estavam se mudando para a cidade. Logo fiz amizade com os filhos deste casal, que tinham a mesma idade minha e de meu irmão. Em junho, quando há a festa de São Pedro, nossos pais foram juntos à festa e nós ficamos em casa, na casa velha, brincando na sala, eu, meu irmão Paulo, Rosana e seu irmão Flávio. Estávamos bastante distraídos quando, de repente, ouvimos alguém mexendo na maçaneta da porta. De início, não ficamos com medo porque achamos que eram nossos pais chegando, afinal já eram mais de 10h da noite. Ao ver que a porta não abria (eles tinham a chave), começamos a achar estranho e ficamos assustados olhando um para o outro. Num instante, o barulho cessou e começamos a escutar alguém batendo nas janelas laterais da sala, que eram de madeira e estavam fechadas. Aquela brincadeira estava começando a ficar sem graça... Logo, Rosana e eu começamos a chorar, pois quem quer que seja estava realmente a fim de nos amedrontar. Aos poucos fomos tomando coragem e corremos para a cozinha para nos armar, isto é, pegamos facas, garfos do capeta, martelinho de carne para sairmos correndo para a casa dos meus avós que era ao lado. Ao chegarmos na sala, defronte para a porta, víamos, através da fresta de baixo da porta, sombras se movendo na varanda, pois a luz de fora estava acesa. Naquele momento, havia silêncio total e estávamos apavorados!!! De repente, começou a mexer na maçaneta de novo, tentando abrir a porta. Gritamos e um silêncio horrível veio novamente. Como ficamos ali parados por uns 2 minutos, meu irmão sugeriu contar até três para abrir a porta e sairmos correndo. Quando ele acabou de contar, naquele silêncio, e íamos correr para a porta, um gato preto, não sabemos como nem de onde, enfiou suas duas patas com as unhas arregaladas por debaixo da porta, dando um miado todo esganiçado e fazendo-nos arrepiar de medo!!! Depois disso, não sei como tivemos coragem de sair correndo gritando. Não vimos nada nem ninguém, nem sinal do gato. Meu pai e o pai de Rosana quando chegaram percorreram, armados, os arredores das casas e nada viram, nada ouviram. Detalhe: havia chovido muito no dia anterior, o que, com certeza, faria com que tivesse rastros ou pegadas de lama, pois a rua não era ainda asfaltada. Mistério...  

fonte:http://www.estronho.com.br/causos-e-lendas-urbanas/84-dems-e-outras-criaturas/2758-sombras-na-noite-de-spedro.html

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