
Naquele tempo os edifícios ainda não estavam totalmente concluídos e havia ao redor de nosso prédio muitos campos e terrenos baldios, e da alta janela eu lembro de avistar cavalos e vacas pastando; mas logo outras coisas naquele apartamento começaram a chamar minha atenção de criança pequena, e a me assustar também. Todas as noites no meu quarto novo, depois que minha mãe apagava a luz, eu via o vulto luminoso de um homem aos pés de minha cama. Ele parecia estar velando meu sono. Eu entrevia na penumbra o terno, as linhas do rosto, e acreditava, e acredito até hoje, que era meu avô paterno, falecido quando eu tinha cerca de 2 anos de idade. Uma intuição me dizia se tratar dele.
Também, um certo dia de tempestade, eu estava na sala brincando. De repente deu um forte trovão e vi estampada na parede, com toda a nitidez, o rosto de um homem. Tinha bigodes e uns olhos muito tristes. Aquela figura melancólica foi se apagando devagar, como se derretesse. Até hoje lembro a tristeza daquele olhar. Ele lembrava um pirata com roupas de época.
Nesse apartamento houve também a aparição de minha amiguinha falecida num acidente de carro em 1972, que já postei aqui. Mais tarde comecei a ouvir muitos estalos no teto do meu quarto, estalos misteriosos; e o teto do meu quarto começou a ficar com muitas rachaduras. Curioso era que somente no meu quarto acontecia isso.
Uma noite também vi uma figura misteriosa, em forma de um gato mas que se deslocava em apenas dois pés, e usando luvas de boxe, sair da sala e sumir no corredor.
Recentemente minha prima, que tem a mesma idade que eu e passava dias lá, dormindo comigo no meu quarto, me revelou ter visto naquele apartamento a aparição de um homem e de uma mulher que chorava.
Após a morte trágica de meu pai num acidente, em 1977, alguns anos depois eu vi o vulto dele, em forma de uma névoa escura, sair do banheiro e atravessar a porta da rua.
Quando pequena eu tinha muito medo, não tinha coragem nem de ir a cozinha de noite e cobria a cabeça para não ver nenhum fantasma. Também à noite era comum ouvir ao redor do prédio um uivo pavoroso, de algo sendo perseguido pelos cachorros. Eu queria abrir a janela e ver do que se tratava, mas minha mãe nunca deixou. Creio que fosse um lobisomem.
Vendemos esse apartamento em 1992, e dei graças a Deus por ter saído de lá. Quanto aos fantasmas, não sei se continuam no mesmo endereço...
galerinha essa tirei desse site:http://www.sobrenatural.org/relato/detalhar/20409/o_apartamento_onde_cresci/